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Lenda urbana


Minha mãe sempre dizia que não se pode mentir, afinal, se a mentira fosse descoberta vinha acompanhada de uma bela sova de chinelo Rider. Nas cidades do interior desse Brasil afora é comum no depararmos com contos de Lobisomens, fantasmas e entre outras histórias do povo. E ai de quem duvide delas, pois, todos juram de pé juntos que já viram e ouviram de pessoas com toda credibilidade do mundo (mais até que muitos que põe o Valdívia no SPFW) que os fatos são reais.
Minha véia também me dizia que uma mentira contada muitas vezes tende a seguir o caminho da verdade.
Vou além disso, na boca do povo as histórias ganham proporções magnânimas. Nada contra, pois, em 99% dos casos é excelente ouvir dos nossos pais, avós contos que beiram o surreal e o plausível.




Aproveito o gancho para recomendar um filme que retrata muito bem isso:

Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas

Sinopse

Edward Bloom (Albert Finney) sempre foi um contador de histórias sobre sua extravagante vida quando jovem (Ewan McGregor), quando seu desejo de viajar o levou de uma pequena cidade no Alabama para uma volta ao mundo. Suas explorações místicas variam do divertimento ao delírio, quando conta histórias sobre gigantes, feiticeiras e duas cantoras gêmeas siamesas. Com suas narrações exageradas, Bloom encanta a quase todos que encontra, exceto seu filho Will (Billy Crudup). Quando sua mãe Sandra (Jessica Lange) tenta aproximá-los, Will precisa aprender a separar a realidade da ficção conhecendo os grandes feitos e derrotas de seu pai.



Depois da viajada legal, queria fazer essa introdução para que, você leitor, isso mesmo, você, possa entender como no meio esportivo um mito vira realidade nas cabeças de que engole essas besteiras.

O Sr. Arnaldo Cesar Coelho no ano passado lançou o que foi o início do bum "Valdívia cai-cai", só lembrando que ele é estrangeiro e pertence a um país que difere do nosso futebol, mas, mesmo assim, é cai-cai (!).
O Tevez era catimbeiro, malandro, jogador inteligente. O Aloísio, durante uma transmissão da Sportv do Paulistão desse ano, cavou uma falta que originou o gol do São Paulo, mas aos brandos o narrador disse que o Aloísio era esperto e fazia parte do seu futebol jogar o corpo e esperar a falta.
Mas o que difere nesse âmbito o Valdívia dos demais? Má vontade da imprensa com o Palmeiras? Por ele ser estrangeiro? (só lembrando que o mesmo Tevez reclamou diversas vezes da má vontade dos árbitros para com ele).

Mas e o mito?

Pois bem, se você for agora e perguntar para qualquer torcedor que acompanha um pouco de futebol quem é o maior cai-cai do futebol, verá que a grande maioria responderá Valdívia.
Mas, me diga bem rápido. Você é o mais habilitado a dizer quem é ou não cai-cai. Quem é? O torcedor? O narrador? O comentarista?
Não seria mais apropriado perguntar a quem está de perto, acompanhando jogo a jogo, lance a lance, e que ouve o que pouco escutam? Seria né!?


O
blog do André Rizek traz um pitada sobre próxima edição da Revista Placar.


"Trata-se de um levantamento com os 20 árbitros e assistentes Fifa do país -- 18 toparam responder, sob anonimato.
Fizemos perguntas sobre quem é o técnico mais mala do país, o estádio onde sofrem maior pressão, se a arbitragem é a principal fonte de renda deles -- garantem que não, já que no Brasil juiz de futebol é obrigado a ter uma profissão."

Uma dessas perguntas foi:


"Quem é o maior cai-cai do futebol brasileiro? Se você respondeu "Valdívia", saiba que errou. Mas não tem problema. A gente achava que o chileno ganharia disparado, já que vive reclamando que apanha impunemente nos gramados brasileiros - com boa dose de razão."

Portanto, como dito anteriormente, você foi enganado! Nem de longe você acertou. Aí você deve pensar: Ah! deve ser de um timeco da série-B ou de um Juventude e Náutico da vida. Behhhhhhhhh! Errou de novo. O troféu de maior cai-cai do Brasil se estende a:


"Para os juízes, o são-paulino Dagoberto é o maior cai-cai do futebol brasileiro. Talvez isso explique dois pênaltis claros não marcados no jogador neste Paulista - um deles no clássico contra o Corinthians --, de que tanto reclamam os tricolores."


Pronto! O mito de cai-cai estava criado e fixado e aí vem a Placar e desmente, como pode!?
Alguém, por favor, encaminhe alguns exemplares para todos da crítica esportiva. Tenho minhas dúvidas se lerão, mas não perco a esperança disso.


Quem sabe aos poucos outros mitos não caem por terra!?

Quer ver alguns?


Vale mais pagar 250.000 ao Adriano pé-de-cana PARA FAZER GOLS ou ao Otacílio Neto (10 gols)? Rogério Ceni nunca falha! Richarlyson é homem!


Espero que assim como o fim do texto do André, outros mitos não sejam pré-conceituados pelos juízes, torcedores, profissionais sérios. Afinal:

"É difícil se livrar de uma fama como essa..."



Né, Richarlyson!

2 comentários:

Unknown disse...

Essa é a uma das histórias mais repugnantes que já presenciei!

Uma manipulação ridícula, e muitos caíram, até nós mesmos!!

Mas quem diria hein?? Dagoberto cai cai?? jamais acreditaria nisso, se não fossem os árbitros e a revista placar, até eu mesma continuaria acreditando que era o Valdívia!

Imprensa maldita!!

Verdaço disse...

Ô meu,para de ficar citando o nome da mocréia bambinacéa, senão ela é bem capaz de dar o ar da graça por aqui.Então ficamos assim:
O tal de Drogaberta é um cai-cai...e o " Masculo" um chupa-chupa,ou algo do genero.
Aquilo aonde eles estão realmente é um circo,tem até anão.