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Relato





Não tenho estado físico e tão pouco psicológico para relatar em palavras o que sentir nessa noite de quarta-feira. Prefiro relatar nas palavras de um menino o pouco do entusiasmo, amor, alegria, satisfação que sinto pela Sociedade Esportiva Palmeiras no dia de hoje. Como é incrível ver como o futebol consegue mexer com todos os sentimentos de um ser humano, e faço das palavras do Mauro Beting - ou seria do Veríssimo - que disse que não há um modo adulto de torcer por um time.


Te amo demais Palmeiras, ontem, hoje e sempre!


Milagre na hora do Gol

Lá estava eu, na minha cama escutando o jogo, aos 40 min do segundo tempo, quando o José Silvério aumentava a voz, eu me levantava, pulava e gritava.

Meu pai na sala, eu no quarto, com um dia especial em mente.

Quando a voz de José Silvério se altera, eu fico naquela espectativa, e de repente TUDO fica quieto, o mundo ficou quieto por 1 segundo para gritar o Gol do Verdão.

Quando me levanto e o silencio passa, eu escuto a voz dele assim: Gool!

E que GOLAÇO!

Puta que o pariu, você deve pensar, putz um menino nessa idade nao consegue sentir oque eu senti na hora.

Errou, na hora que ele falou "Gol", eu pensei em chorar, rir, gritar; abri a janela (moro em condomínio), e gritei ate minha garganta não agüentar, de tao áspera que ela ficasse.

Quando viro para trás, meu pai na porta, com um grande sorriso olhando para mim.

O que eu fiz? Corri para o abraço como se eu tivesse feito o Gol no jogo.

Abracei ele e desmoronei; não parei de chorar, depois sentei na cadeira do computador e comecei a enxugar as minha lágrimas quase que secas em meus olhos.

Quando fiquei em silencio, escutei minha mãe no quarto dela (que ja estava pronta para dormir), falar assim: Esse já é um Palmeirense de verdade.

Logo depois fui para a sala assistir com o meu pai o final da partida, nós na espectativa de acabar logo o jogo, quando a bola vinha para a área nós falávamos parecendo combinado: Tira, tira, tira!

Quando o juiz apita, não sabia oque fazer, corri no corredor em direção da minha mãe, e fiquei uns 2 minutos abraçado com ela na cama, eu só chorando e ela falando:

- Que presentão, hein?

Depois disso beijei um simbolo lindo, o mais conhecido dessa comunidade, o do NOSSO VERDÃO.

Ahh, sabe porque minha mãe que disse que presentão?

Porque hoje, dia 30 de Abril de 2009, eu completo maravilhosos 13 anos de idade.

E o Palmeiras me dando essa emoção de ser Palmeirense, no meu dia mais querido.

Desculpa qualquer coisa.




7 comentários:

Clauber Michel disse...

Velho estou sem palavras para comentar seu post...

Lindo, lindo lindo como diz Ulisses Costa.

Anônimo disse...

Meu amigo,

Sou palmeirense como você e tenho um blog como você.

Ao ler o seu texto sobre a heróica vitória do Verdão ontem a noite, me emocionei e me arrepiei... Vc descreveu exatamente o modo como me senti...

Que alegria torcer para o Verdão nessas horas.

É isso mesmo!

Saudações alviverdes!
http://rafaelsugiyama.wordpress.com
rksugiyama@gmail.com

Unknown disse...

Mano, tentei deixar um comentário lá no orkut do muleque. Não dá. sussa.

Vou deixar aqui.

ARREPIA!!!!!

Se meus filhotes forem assim vou ser um pai feliz.

Abraços

Myself disse...

Parabéns ao garoto pelo relato, parecia eu e meu pai ontem também na hora do gol (meu pai com 52 anos e eu com 21), pareciamos duas crianças de 13 anos gritando, pulando e se abraçando de alegria!
Obrigado Palmeiras!

Catedral de Luz disse...

Existem momentos que são melhores explicados pelo olhar do que pelas palavras.

Parabéns pelo relato de mais uma página de devoção à SEP.

"Construir para poder conquistar! Acreditar sempre!"

Anônimo disse...

Ao começar a ler o seu texto, de cara me lembrei. Até pensei que você não falasse do jogo de ontem, pensei que falasse de qualquer outro lá pra trás. Vivi essa cena quando tinha 11 anos.

Era o segundo jogo da semifinal do Paulistão 86, naquela época valia como à Libertadores. Era uma quarta feira como a de ontem. Aos 40 minutos do segundo tempo, meu pai levantou se de junto da mesa da cozinha e foi dormir. Eu peguei o radio e fui pro meu quarto.

Naquela época não tinha pay per view, tv a cabo. As Tvs abertas não passavam nem o jogo das finais para a capital, mostravam só para o interior, a capital ficava com um filminho qualquer. Até por isso, qualquer clássico levava 100 mil pessoas, fácil. Mas, para ir também era uma luta. O jogos eram 21:30 e o metro, quando tinha próximo a estádio, fechava as dez da noite. Ônibus paravam pontualmente a meia noite.

O Verdão tinha que ganhar de 1x0 para levar o jogo pra prorrogação, afinal, tinha sido assaltado pelo juiz no primeiro jogo. Num dos episódios mais vergonhosos da história do Paulistão até hoje. Para piorar o nosso maior craque, Jorginho (único ídolo, ao lado Marcos, que tenho na vida), tava com diarréia. Chegou a deixar o Palmeiras com 10 em campo durante a partida para ir ao banheiro, sem que ninguém entendesse nada.

A fila doía nas minhas costas. Todo dia ir pra escola era terrível, desde que saia de casa até a porta da sala e vice versa, era um sarro só. Então, hoje, por esses fatos, nem estranho a atitude do meu pai, ir dormir antes do jogo acabar. Afinal, no outro dia tinha que trabalhar.

No meu quarto escuro, o mesmo silêncio. Lembro como se fosse agora. Chorava abraçado a uma toalha de banho branca, que saudade daquela toalha, era nela que eu me agarrava e tampava meu rosto a cada derrota.
Acho que imaginava o que ia passar no outro dia.

De repente, a voz do Osmar Santos estoura no radio. Uma pena não conhecer o Silvério naquela época. Eu meio que atordoado pela dor e pelas lagrimas tento achar o botão do rádio para aumentar o volume. “De quem será o gol?” O grito era interminável, meu coração palpitava, eu tremia, sim não é mentira, tremia.
De repente só ouço a vinheta (será que ela ainda existe?):
Lá lá lá lá lá lá lá la lá Palmeiras!!!

Ao ouvir os primeiros lalás, irrompi pelo meu quarto, minha irmã tinha uns 2 anos, acordou assustada. Afinal, só me viu correr sem gritar.
Atravessei o corredor e dei com o joelho na porta do quarto dos meus pais, "arrebentando tudo" porta à dentro. Meu pai já estava deitado, a luz apagada, minha mãe dormindo. Ainda bem, se é que me entendem.

Só lá fui soltar a minha voz:

Gol do Mirandinha!!! Gol do Mirandinha!!!

Abracei meu pai, minha mãe acordou assustada sem entender nada. E eu chorava que nem louco, meu pai me levou pro quarto e fomos ouvir o resto do jogo. Cara, acho que chorei mais agora lembrado daquele dia, ao ler seu texto, do que naquele dia.

O resultado de tudo a gente já sabe. ]

Lendo que você escreveu, e o que já se passou comigo, acho que só agora aos 34 anos, realmente entendi o que é ser palmeirense. Vou me ater aos times que tem torcida e não fãs.

Assim como, o Corintiano, Flamenguista, Vascaíno, Gremista, nós PALMEIRENSES temos a nossa característica principal. Aquela que nos identifica, como um código genético, como um PALESTRINO.

Não sei se já perceberam, mas raramente falamos ou contamos histórias de jogos de títulos. Geralmente o que fica, pra nós, e a “construção” deles (títulos). Para um palmeirense não ficam as histórias de finais perfeitas, goleadas memoráveis, ou vitórias com viradas absurdas.

A raça, aquele acreditar até o ultimo minuto, também parece não importar para nós, eles são importantes, mas não marcam nosso gene. Afinal, exigente como somos, e nossa marca acreditar desde o primeiro minuto, não só no ultimo.

Para o Palestrino não importam as partidas que ficam na memória. Para o Palmeirense valem aquelas vitórias que ficam no coração. E, essas vitórias são escritas com paixão, com amor, com carinho. Percebam, os jogos que importam para um palmeirense são aqueles que nos unem. Que estão simbolizadas no abraço que você, e eu, demos nos nossos pais, no momento mágico de mais um gol feito com a camisa verde. Realmente isso tudo nos torna bem diferentes do resto. Agora entendi.

Desculpe, se parece que quero aparece mais que você, mais que seu memorável texto, não foi essa intenção. Até porque o blog é seu, e mante lo ativo não deve ser fácil. Mas é que quando comecei a ler o seu texto, lembrei desse jogo e escrevendo esse comentário pra ti descobri o que é ser palmeirense. Antes tarde do que nunca rs.
Realmente isso tudo nos torna bem diferente do resto. Agora entendi.

Agradeço realmente por ter achado seu blog, através de um link do Cruz de Savóia. Você salvou meu fim de semana. Apesar da vitória ontem, hoje tava meio chateado com uns problemas. Problemas da vida.

O seu texto, me fez lembrar que eu já tive dias memoráveis, dias que fazem o dia de hoje ser o alicerce para dias como o de ontem. Pois quando eu pular, como eu pulei ontem na hora do gol, sei que a “casa” vai estar bem firme. Obrigado mesmo, e bom fim de semana.

Dinho Gualberto.

Zhu Sha Zang disse...

Cada vez mais orgulho de pertencer à essa família.

att