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Futebol para as bonecas





39 minutos de jogo, primeiro jogo da finalíssima mineira, Cruzeiro arranca para o contra-ataque, Wagner da um passe de calcanhar e Kléber de rasteira alá Sub-zero faz o primeiro gol da goleada posterior de 5x0 na decisão. Na comemoração o ex-palestrino sai comemorando batendo as asas em alusão ao mascote (galo) do arqui-rival Atlético. Pronto. Está jogado o álcool no incêndio da imprensinha. "Kléber mal-caráter", "Kléber incitou a violência", "TJD mineiro vai analisar comemoração de Kléber", "Kléber pode pegar gancho pesado" e mais um monte de hipocrisias dos senhores almofadinhas que nunca jogaram a porra de uma bola na várzea, nunca arrancou o tampão do dedão, nunca enfiou um belo chute pra foder todo os dedos no meio fio, nunca bateu peito a peito numa discussão de rua.

O Futebol está virando uma bichice só!

Agora Kléber, antes Diego Souza, que até a expulsão contra o Santos não tinha feito absolutamente nada com o Domingos, apesar de ambos não terem dito um para o outro, cara-a-cara, que é feio, bobo, chato e cara de melão.

Porque esse tipo de coisa na Libertadores é ponderado e aceitado, mas quando entra nas terra Tupiniquins vira essa viadagem - assim mesmo com "i", como o manual do futebol da várzea pede - toda.

Futebol é falado, é chingado, é tudo, menos fresco e quieto como os senhores que tomam conta da mídia e da justiça desportiva querem.

Se você um dia quiser saber como é um jogo de futebol por dentro, recomendo duas opções: ou você vai para o campo de várzea mais perto da sua casa, onde numa manhã/tarde de sábado/domingo 22 senhores mais reservas vão deixar de ser motorista, office boy, carteiro, faxineiro e vão virar o centroavante, zagueiro de seu time do bairro, da rua, do prédio ou da firma. No campo não tem essa do status social prevalecer, é cada um por si e todos em pró do time em questão. Mas se o senhor ou senhora quiser acompanha uma partida oficial, com súmula, juiz, torcida e um estádio de verdade, vá ao primeiro estádio acanhado e pequeno perto da sua casa e acompanhe no alambrado como é uma peleja dentro de campo. Recomendo o campo do Juventus na gloriosa Rua Javari para sua epopéia.

Portanto meus senhores, pelo bem do futebol punem àqueles que querem estragar o futebol dentro e fora dos campos, àqueles que têm o poder da escrita nas mãos e fazem jus dela em pró de um outro time recalcado e àqueles que pedem o rejulgamento 5 vezes de um atleta até obter e punição que queria.

Aos jogadores com personalidade de um Kléber, Paulo Nunes e Viola que estejam lendo isso: o futebol precisa de hombridade dentro de campo, de jogadores com colhões para os jogos onde o bicho pega, não peço brigas mas se elas vierem que não se fuja como mocinhas atrás do papai. Futebol é coisa séria e deve ser tratada como tal.

Basta de hipocrisias e frescura no campo de batalha. Digo e repito que futebol é para àqueles que têm espírito de luta, dedicação, raça, suor, colhões, técnica e acima de tudo, hombridade. Sem isso ele está ficando chato ver os robôs em campo regidos pela normas da ética dos tribunais e da imprensinha.


Abaixo algumas respostas do Kléber às picuinhas daqueles que querem apequenar os certames.


"Tenho nada para falar em relação a isso, não. Acho que da próxima vez que fizer um gol, vou pedir desculpas ao goleiro, porque não pode comemorar mais. Se levanta a camisa, toma cartão, se comemora, toma cartão. Vou pedir desculpas."

"Antigamente, o Viola imitava porco, o Paulo Nunes colocava máscara, e eu adorava isso. Todo mundo adorava. Eu tenho certeza. Todos nós que temos nosso time de coração gostávamos. Era a alegria do futebol. Hoje, todo mundo se sente ofendido, fica com raiva. É cartão, é polêmica. Acho uma coisa muito chata."

Não tive a intenção de humilhar ninguém. Se alguém se sentiu humilhado, peço desculpas. Fiz porque eu tinha combinado com amigos atleticanos que se eu fizesse um gol ia comemorar daquele jeito. Se perdesse eu teria um castigo. Fiz só para comemorar e brincar mesmo.

"Respeito muito o Atlético. Tenho amigos lá e são amigos de coração mesmo, de infância. Amigos com quem convivi desde criança. O Renan, Diego Tardelli, o Carlos Alberto. Conheço os caras, tenho muito respeito pelo Atlético, pela torcida do clube."


A torcida do Galo não viu da mesma forma. No site de relacionamentos Orkut, torcedores expressam sua indignação e fazem campanhas para que jogadores atleticanos persigam Kléber em campo no próximo domingo. Torcedores teriam, inclusive, descoberto o endereço do jogador.


"Não tenho nada a temer. Não matei e não roubei. Fiz um gol e comemorei. É proibido fazer o que você gosta? Respeito todo mundo. A gente vê muito disso na internet. No Palmeiras, quando fiz gol no São Paulo, alguns torcedores fizeram alguma coisa assim porque joguei lá. Sempre vai ter alguém que se sentiu desrespeitado. Sei que o Atlético é grande."

3 comentários:

turiassu disse...

Olha... pra mim o Kléber não vai ser punido não... afinal de contas, ele não joga mais no Palmeiras...

Rafael disse...

Realmente tenho de concordar com o amigo acima, mesmo sendo corintiano. Mas isso é bobeira demais. Todos que sabem o que é futebol, sabem que rola palavrão, comemoração, provocação, e que deve ser respondida APENAS dentro do campo, porque é lá que o jogo rola. LÁ DENTRO, não fora.

Clauber Michel disse...

Futebol brasileiro tem momentos que beira o ridúculo...